O que é o medo?

A Pandemia veio intensificar esse sentimento em suas mais diversas nuances, que não escolhe idade, cor de pele, condição social ou desenvolvimento intelectual.

Fato é, que estamos tendo que nos defrontar com esse sentimento de forma contundente! Ele se apresenta e ficamos reféns, mas como lidar com ele?

O autoconhecimento nos ajuda a enfrentar o medo, mas não existe um passe de mágica que pode eliminá-lo! O caminho é gradativo, e exige empenho nessa trilha de olhar pra dentro de si e estar atento as demandas externas.

É preciso aprender a discernir quando ele representa uma emoção positiva, que nos mostra quando é preciso recuar e nos proteger, e quando ele é um sintoma de emoções negativas, como ansiedade, insegurança e raiva, que nos tiram completamente do eixo.

Geralmente quando nos sentimos ansiosos ou irritados, estamos tentando fugir da nossa experiência interior. Contudo, ao fugir do medo estamos perdendo a oportunidade de aprender com ele. Fugir do medo gera pânico.

Reconhecer o medo não deve ser considerado um demérito, poque temos medo, temos também, igualmente, o potencial de sentir o destemor. O verdadeiro destemor não consiste em diminuir o medo, e sim em ultrapassá-lo.

O medo causa um impacto na mente, mas não é permanente. Em seu “Livro das emoções”, Bel Cesar nos traz que “A mente está condicionada às marcas mentais que a tornam iludida, e essa mente iludida, provém da maneira de pensar, que se baseia nos pares de opostos, noções e ideias, e é incapaz de tocar a realidade em si mesma.

Pelo fato de nossa mente iludida inventar, criar e construir coisas que não podemos tocar na realidade, vivemos no mundo da construção imaginária”. Tudo que percebemos está no reino das representações, e não no reino da realidade tal como ela é.

Se você estiver com medo, é melhor tornar-se perceptivo a ele. Não aja. Observe-o. Pare de julgar, de interpretar ou concluir. Acolha o que estiver sentindo e abra-se para escutar o que aquela situação tem para lhe dizer. Primeiro procure atender as suas necessidades mais imediatas: como recuperar uma respiração calma e regular. Precisamos aprender a diferenciar a pressão externa da interna.

Quanto mais rígidos e exigentes formos conosco, menos capacidade teremos de colocar limites na pressão externa. Ao passo que, quando aceitamos nossos limites, resgatamos a nossa autoridade interna, capaz de dizer não para a pressão externa.

Quando compreendemos que o medo surge de uma associação mental, ou seja, que ele é uma criação de nossa mente, nos sentimos menos ameaçados e começamos a nos libertar da tensão que ele desencadeia.

Waleska Gatti